terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

As abelhas...uma vivência pessoal


Eu estava pensando nas abelhas...
Morei um tempo no mato. Criava abelhas, então aprendi aos poucos a observar o comportamento delas.
Numa temporada de colher o mel, um amigo, também apicultor, me ligou perguntando se eu teria uma quantia extra para fornecer já que ele havia recebido um pedido inesperado. Saí até o apiário para verificar se poderia atendê-lo. Fui sem fumegador, que espanta as abelhas e sem a roupa protetora, já que não tinha necessidade de abrir as caixas para saber se tinha mel. É só observar se a colméia está bem protegida (com excesso de própolis).
Uma das primeiras recomendações que recebemos para se aproximar das abelhas é que não se deve usar perfumes. “Abelhas não gostam! Elas atacam!”
Neste dia esqueci que havia acabado de lavar os cabelos e eles estavam levemente perfumados. Cheguei lá, dei uma volta em torno das colméias e aí me lembrei que estava exalando perfume. É claro que fiquei tensa, a temperatura do corpo aumentou, mas como já tinha observado todas as caixas, saí lentamente. Quando já começava a me afastar do apiário, um grupo delas voou direto nos meus cabelos. A única coisa que consegui pensar é que se eu me agitasse, em poucos minutos poderia estar morta. Respirei fundo e continuei andando lentamente com “aquele zum zum zum na minha cabeça”. Depois de um tempinho, uma boa parte “desistiu de mim”.
Chegando em casa, sem levar nenhuma picada, ainda haviam algumas penduradas no meu cabelo. Fiquei pensando o que “aquilo” queria dizer (além do fato de eu ter sido um pouco imprudente).
Pesquisei vários materiais tentando saber por que elas “NÃO GOSTAVAM” de perfume, já que o que atrai uma abelha até a flor é o perfume e o calor (este último contribui para que o perfume se intensifique; quando ocorre a floração, a flor sempre apresenta uma temperatura maior que o resto da planta ou árvore). Não encontrei nada que confirmasse a hipersensibilidade das abelhas capacitando-as a detectar que um perfume artificial contém elementos químicos que não as agradem, enfim...
Também posso não ter pesquisado o suficiente, então não estou fechada para qualquer outra possibilidade! Mas o que eu senti, o que eu guardo como entendimento é que na verdade “ELAS NÃO NOS ATACAM” quando estamos perfumados. Elas vêm até nós para extrair “nosso néctar”. Já que ficamos quentes e exalamos o perfume. A diferença é que a flor não reage à investida da abelha, ao contrário de nós.
Ali há uma troca perfeita pois a flor contribui para a produção do alimento doce e a abelha de certo modo perpetua a existência daquela qualidade de flor. E mesmo quando ficamos agitados e reagimos, na verdade elas “NÃO ATACAM!”
Mesmo que tenhamos recebido alguma picada, só recebemos porque reagimos; ainda assim há um benefício! No ferrão de toda abelha sempre há uma pequena quantia de própolis que antes de ser um remédio de vasta eficácia, é uma espécie de resina obtida pelas abelhas de várias fontes vegetais para proteção.
A agitação, o temor, tornam o perfume ruim, talvez semelhante ao cheiro dos predadores da colméia ou do enxame, então aí talvez possamos lembrar em algum nível um predador. Na verdade a única intenção é proteger a colméia.
Sempre que levei uma picada de abelha, para mim era como se eu estivesse ganhando sempre um pouco mais de imunidade para o organismo!
Bem, um biólogo pode até dizer que é balela. Mas pelo menos eu sobrevivi. ficando quieta, pra poder estar escrevendo hoje um pouco aqui!
Gloria

3 comentários:

Unknown disse...

Shalom, Gloria! Muito interessante seu blog, principalmente o artigo que comento. Também tenho abelhas, desde 31/12/1999 em minha casa, no Brooklin (zona urbana).Atraí o enxame com o que chamos "radiestesia cabalística" e uma ametista, que ainda está na entrada da colméia. Costumo escrever em cada quadro que coloco as letras do mês, do dia (Ana Becoach)e eventualmente um dos 72 Nomes. A intenção é que seja um "mel de cura total". Gostei da idéia da "apicultura antroposófica", contraposta à da "apicultura cabalística". Tenho tido muito bons resultados. E pratico também "apipuntura" ou as picadas nos pontos apontados pelo "do-in". Tenho também um "pacto" com as abelhas, para só picarem nos pontos certos, o que também tem dado um bom resultado (nunca fui picado sem entender o que estava sendo curado). São seres maravilhosos, porque o mel vem com energia de compartilhar incondicionalmente (assim que o alvéolo é fechada, qq abelha pode usufruir). Na mitologia, as abelhas foram um presente de Baco aos homens, e já li sobre a origem venusiana ou marciana delas. Enfim, sou uma apaixonado pelas abelhas; costumo considerar a colmeia um organismo só, espiritual, personificado pelo cheiro que vc conhece, e pela presença das abelhas como células de um corpo.Foi um prazer inesperado topar com seu blog, ao escanear para Claudio.
Sou um aficcionado por cabalá, cura, e abelhas, falaria horas sobre isso. Que a paz esteja contigo.

Unknown disse...

"apicultura cabalística"

Unknown disse...

shalom